O percentual de brasileiros endividados diminuiu no mês de outubro, representando cerca de 76,9% das famílias do país. O balanço é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo (CNC), que apontou para a quarta queda consecutiva do percentual no ano. O volume também é o menor desde fevereiro de 2022.
 
O cartão de crédito segue como a principal fonte de endividamento entre as famílias brasileiras, representando 87% do total de devedores. O crédito pessoal e o consignado, bem como dívidas fora do sistema financeiro tradicional, avançaram, ao passo que as outras modalidades perderam representatividade na carteira dos consumidores.

Comparado ao mesmo período do ano anterior, o risco de inadimplência diminuiu e menos pessoas atrasaram o pagamento dos boletos em outubro: 29,7% do total de famílias, ante 30,3% em outubro de 2022. O cenário positivo é visível entre as famílias de baixa renda e renda média baixa. Para as famílias com renda entre cinco e 10 salários mínimos, a inadimplência aumentou.


 

"As condições de consumo estão mais favoráveis, com a inflação mais baixa, mercado de trabalho formal absorvendo trabalhadores de menor instrução e juros em processo de queda. Esses fatores estão ajudando a melhorar as condições financeiras dos lares, reduzindo a necessidade de recorrer ao crédito. As políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família, também têm contribuído para aumentar a renda", avalia a economista Izis Ferreira.